Olá, caro amigo leitor.
Hoje, vou falar um pouco sobre uma parte da minha história, dando algumas pinceladas em momentos que foram cruciais para moldar quem sou como profissional. Tentarei determinar como cheguei aqui, digitando este texto para você – e quem sabe, você possa me contar como me encontrou. Espero que parte desta história, de alguma forma, ajude ou inspire você em sua própria caminhada.
Tudo começou quando eu era ainda muito pequeno, com exatamente 6 anos de idade. Foi quando fui apresentado ao mundo dos computadores. Desde o momento em que vi o saudoso Pentium 286, soube que queria fazer algo importante com aquilo.
Naquela época, o computador era algo muito incomum nas casas das pessoas; eu só tive contato porque fui convidado para a casa de um amigo, onde o pai dele havia ganhado um computador como parte do pagamento da rescisão de seu emprego. Foi nesse momento que iniciei meu mergulho profundo no mundo da informática.
Despertando para o Design: A Inspiração em Casa
Naquela época, eu não imaginava o quanto os computadores ainda iriam mudar nossas vidas; só queria aprender os comandos para rodar o MS-DOS e iniciar o Windows 3.1.
Também nessa época, meu irmão mais velho começou a trabalhar como arte-finalista em uma revista de aviação. Quando ele trouxe para casa, todo orgulhoso, uma revista na qual havia trabalhado, fiquei maravilhado ao descobrir que aquilo era possível – e, melhor ainda, feito através de um computador.
Foi exatamente nesse ponto que percebi o que queria aprender e onde queria chegar: fui atraído para o mundo do design gráfico.
Aprendizado Autodidata: A Jornada no Design Gráfico
Meus sentidos ficaram aguçados para entender padrões, enxergar detalhes, por menores que fossem. Eu vivia pedindo dicas para meu irmão: como recortar fotos, como inserir uma imagem de um arquivo em outro. Pense que, naquela época, tudo isso era muito complicado de entender.
A área de design não era muito comum entre famílias de classe trabalhadora no Brasil; todos estavam acostumados a trabalhar em montadoras, em alguma linha de produção. Mas, ao ver meu irmão, imaginei sua vida em uma editora, sentado em uma mesa de escritório com um computador, fazendo design.
Esse não só se tornou meu sonho, mas meu objetivo de vida.
Minha Primeira Ferramenta: Um Computador para Chamar de Meu
Passei a estudar muito, buscar livros, comprar revistas para observar e usar como referência, e aprendi muito, apenas na arte de observar. Até que um dia, esse meu irmão comprou um computador, na época, o famoso e poderoso AMD Athlon 32bits com 128MB de RAM.
Esse computador foi minha maior ferramenta de estudos. Fiquei tão feliz por finalmente ter um computador para estudar que me agarrei a ele como um amigo fiel. Comecei a aprender Adobe Photoshop, CorelDraw e QuarkXPress – ferramentas profissionais que estavam em evidência naquela época. Fiz pequenos freelas para meu irmão, escaneando imagens e recortando fotos para os trabalhos que ele prestava como freelancer para outras pessoas.
E assim fui estudando e aprendendo, assim como meu irmão e muitos outros naquela época, de forma autodidata, evoluindo na arte do design naturalmente, pegando dicas aqui e ali.
Os Primeiros Passos no Empreendedorismo: Jovem Designer em Ação
Logo, com 12 anos de idade, já estava produzindo meus trabalhos de escola com qualidade de designer gráfico profissional e conseguindo meus primeiros clientes entre os comerciantes locais do bairro onde morava. Percebi como o ato de empreender e fazer negócios era inspirador e libertador.
Continuei estudando e acompanhando as novas tecnologias que surgiam. Por volta de 1998, a internet se tornou mais acessível e o uso do computador começou a mudar.
Usávamos ICQ para nos comunicar com amigos e parentes geograficamente distantes, às vezes até em outros países, e a percepção de nossa realidade começou a se transformar, dando os primeiros passos rumo ao que vivemos hoje.
Descobrindo o Mundo Apple: Uma Nova Perspectiva
Foi aí que fui apresentado ao mundo Apple, com o incrível iMac 98, aquele verde claro e acrílico. Lembra? Descobri por que profissionais da área criativa eram tão ligados à marca da maçã.
A primeira vez que vi um MacOS rodando foi um marco gigantesco na minha vida; não conseguia imaginar que um computador pudesse ter um sistema operacional tão bonito, fluido e cheio de recursos, que pareciam ser pensados exclusivamente para profissionais de design e criação.
A Paixão pela Música: Afinando a Criatividade
Nessa mesma época, comecei a desenvolver outra paixão: a música, mais precisamente pelos instrumentos violão e guitarra.
Desde criança, gostava muito de rock, desde os metais mais pesados até o pop rock internacional. Comecei a estudar e praticar violão e guitarra, tirando todas as músicas que podia de ouvido e aprendendo com outros amigos.
Descobri que a música me ajudava muito a me desenvolver e até mesmo a entender assuntos que antes pareciam muito complexos. Nesse período, fui conhecendo outras pessoas, que também tinham muitos talentos artísticos, inclusive na área do design, ilustrações e modelagem 3D.
Nesse novo grupo de amigos, pude trocar muitas ideias e aprender muito, me aperfeiçoando nas técnicas de design e ilustração.
Foi aí que fui apresentado ao lendário Adobe Illustrator e comecei a enfrentar desafios reais na área, aprendendo sobre logotipos, desenvolvimento de marcas e uma série de outras coisas bacanas que cercam este assunto.
Cultura Nerd e Programação: Novos Horizontes
Minha vida sempre esteve envolvida com a cultura nerd: quadrinhos, super-heróis, videogames e ficção científica. Esses sempre foram os assuntos que mais aguçavam meu lado criativo e até mesmo a solução de problemas através de pensamentos lógicos.
Conforme minha adolescência avançava, comecei a desenvolver uma nova paixão: a programação. Um certo dia, em meados de 1999, a irmã de um amigo trouxe para a casa deles uma pilha de livros que a faculdade onde estudava estava descartando.
Ela nos pediu para dar uma olhada e ver se algo nos interessava. Foi quando encontrei um livro sobre tecnologia, que introduzia o assunto para leigos.
De repente, meu mundo virou de cabeça para baixo, e comecei a ler aquilo dia e noite, tentando entender cada frase, assimilar termos e encontrar algum sentido naquilo.
Primeiros Passos na Programação: A Magia do Código
Foi aí que comecei a me desafiar. Seguindo algumas instruções do livro, escrevi um programa em que você digitava seu nome, colocava a data de nascimento e o programa retornava seu nome e calculava sua idade. Ver isso funcionar foi uma das melhores sensações da minha vida; foi, de longe, a sensação de maior avanço que já havia experimentado.
Mesmo sendo algo relativamente simples, para aquele garoto, naquela época, foi como pisar na Lua. Comecei esses estudos usando Turbo Pascal/C++, e conforme ia aprendendo, novos desafios surgiam. Lembro-me de que minha maior realização foi desenvolver uma calculadora e ver meus irmãos utilizando meu programa, sem saber que fui eu quem o havia produzido. Isso foi incrível.
Conclusão: Um Breve Resumo da Jornada
Neste exato momento da minha vida, eu sabia que queria ter meu próprio negócio e estar vinculado ao meio do design e da tecnologia – minhas maiores paixões profissionais.
Encerro este post por aqui, oferecendo uma pequena pincelada nos momentos que estruturaram minha jornada e me trouxeram até aqui.
Nos próximos posts, contarei mais sobre os assuntos que me direcionaram nesta caminhada de empreendedorismo, design e tecnologia. Espero por você nos próximos episódios. Grande abraço.
Atenciosamente,
Renato Froes