Recentemente, mergulhei no mundo de Control, um jogo da Remedy que prometia uma jornada enigmática e sobrenatural. No início, o jogo parecia interessante, mas, com o tempo, percebi que o progresso era marcado por uma história cada vez mais confusa e uma jogabilidade que se repetia. Cheguei a um ponto em que, entre surpresas e estranhamentos, já não sabia ao certo o que estava acontecendo — e posso dizer que isso foi uma experiência curiosa, mas exaustiva.
A Protagonista Misteriosa e Sua Jornada Sobrenatural
Em Control, assumimos o papel de Jesse Faden, uma protagonista que carrega em si um mistério intrigante. Ela é a nova “Director” de uma agência governamental secreta, o Federal Bureau of Control (FBC). Jesse possui poderes telecinéticos que vão se revelando aos poucos, mas a verdadeira cereja do bolo é Polaris, uma entidade misteriosa que parece habitar a mente dela. De cara, você é sugado para a estranheza do jogo: quem é Polaris? Como ela chegou até ali? Perguntas que surgem sem muitas respostas, e confesso, essas dúvidas constantes acabaram sendo mais cansativas do que estimulantes.
Jogabilidade Repetitiva e Cenário Monótono
A jogabilidade de Control é fluida e oferece uma mistura interessante de ação com poderes sobrenaturais, mas, ao longo do tempo, a experiência se torna repetitiva. Os cenários da sede da FBC são frios e repetitivos, com ambientes poligonais que deixam a atmosfera pesada e visualmente cansativa. Aquela proposta de “realidade distorcida” poderia ter sido mais explorada para não cair na mesmice. Mesmo com a física do jogo sendo bem trabalhada, e a combinação de tiros e poderes proporcionando bons momentos de ação, no final das contas, Control perde um pouco do brilho.
Uma História Que Insiste em Ser Críptica
De maneira interessante, Control parece fazer questão de deixar a história propositalmente difícil de entender. Eu confesso que entrei na experiência com a expectativa de que o enredo fosse se revelar aos poucos, mas quanto mais avançava, mais confuso ficava. Quando o irmão de Jesse, Dylan, entra em cena, a narrativa ganha uma camada ainda mais complexa, com revelações e segredos que remetem a outro jogo da Remedy, Alan Wake. Essa ligação entre os jogos gera curiosidade, mas para quem está jogando Control pela primeira vez, pode ser uma distração que dificulta o entendimento.
Um Toque de Nostalgia com Quebra-Cabeças
Uma das coisas que me chamou atenção positivamente foi a presença de elementos de quebra-cabeças. Remete a uma era clássica dos jogos de terror e suspense, como Resident Evil, Silent Hill e Dino Crisis, que sabiam bem como equilibrar desafios lógicos com a narrativa. É uma pena que esse aspecto não seja tão explorado quanto poderia, mas certamente adiciona um toque de nostalgia para quem gosta desse tipo de interação.
A Saturação das Árvores de Habilidades
Algo que me incomodou bastante em Control foi o sistema de árvore de habilidades. É um recurso que, ultimamente, aparece em quase todo jogo e, ao meu ver, já está desgastado. Em Control, a árvore de habilidades acaba não adicionando nada realmente novo, tornando-se apenas mais uma tarefa para ganhar pontos e desbloquear habilidades. Esse padrão repetitivo nos jogos modernos tira parte da originalidade das experiências, deixando tudo muito parecido.
Reflexões Finais
Control se propôs a ser um jogo diferente, e isso eu reconheço. Há uma ousadia na construção da história e uma tentativa de inovar na jogabilidade. Mas, pessoalmente, acabei me perdendo na confusão do enredo e me cansando da repetição dos cenários. Em determinado momento, desisti de tentar entender a história e fui direto para a ação, apenas para ver o final. Não é um jogo para todos, mas pode cativar quem busca uma experiência enigmática e cheia de mistérios.
Talvez, o mais interessante de Control seja exatamente o quanto ele desafia o jogador a seguir adiante, mesmo sem entender a lógica por trás de tudo. A pergunta que fica é: será que estamos prontos para uma experiência de entretenimento tão fragmentada e aberta à interpretação?